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2012 - Livro Vermelho 2013

Spananthe paniculata Jacq. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 11-06-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Spananthe paniculata é uma espécie não-endêmica, com ampla distribuição no território brasileiro, abrangendo parte dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Ocorre inclusive em áreas antropizadas.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Spananthe paniculata Jacq.;

Família: Apiaceae

Sinônimos:

  • > Spananthe setosa ;
  • > Spananthe angulosa ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Coll. iii. 247.

Distribuição

Ocorre desde o México até o Brasil, sendo encontrada nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo (Corrêa; Pirani, 2005; Fiaschi; Cota, 2012); a aproximadamente 750-1150 m de altitude (CNCFlora, 2011).

Ecologia

Ervas eretas; fértil principalmente entre o inverno e o começo da primavera (Corrêa; Pirani, 2005)

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Mais de 25 milhões de pessoas, aproximadamente 15% da população do Brasil, vivem na Caatinga. A população rural é extremamente pobre e os longos períodos de seca diminuem ainda mais a produtividade da região, aumentando o sofrimento da população. A atividade humana não sustentável, como a agricultura de corte e queima que converte, anualmente, remanescentes de vegetação em culturas de ciclo curto além do corte de madeira para lenha, a caça de animais e a contínua remoção da vegetação para a criação de bovinos e caprinos tem levado ao empobrecimento ambiental, em larga escala, da Caatinga. Os bovinos e caprinos foram introduzidos pelos europeus no início do século XVI e rapidamente devastaram a vegetação da Caatinga, não adaptada à pastagem intensiva. O número estimado de cabeças desses animais, atualmente, é de mais de 10 milhões e já são reconhecidos núcleos de desertificação associados ao sobrepastejo e, principalmente, ao pisoteio dos mesmos. Desde o início da colonização européia, as áreas de solos mais produtivos também foram convertidas em pastagens e culturas agrícolas. As florestas de galeria foram largamente substituídas por formações abertas nos últimos 500 anos, afetando o regime de chuvas local e regional e levando ao assoreamento de córregos e até mesmo de grandes rios. Rios anteriormente navegáveis, que permitiam o transporte de animais e madeira do interior do país, estão, agora, sazonalmente secos. Por fim, as técnicas de irrigação desenvolvidas nas últimas décadas para a fruticultura e plantações de soja têm acelerado o processo de desertificação. Todos esses usos inapropriados do solo têm causado sérios danos ambientais, p. ex., a desertificação já atinge 15% da área da região e ameaçado a biodiversidade da Caatinga (Leal et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Protegida por unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, no Estado de Goiás (CNCFlora, 2011).

Referências

- CORRÊA, I.P.; PIRANI, J.R. Spananthe (Apiaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; MARTINS, S.E.; KIRIZAWA, M.; GIULIETTI, A.M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.33, 2005.

- FIASCHI, P.; COTA, M.R. Spananthe paniculata in Spananthe (Apiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015538>.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER JR., T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil., Megadiversidade, p.139-146, 2005.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Spananthe paniculata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Spananthe paniculata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 11/06/2012 - 18:14:01